domingo, 4 de março de 2012

Santo do dia: São Casimiro


Casimiro, príncipe da Polônia e  rei eleito da Hungria, o terceiro filho do rei Casimiro IV da Polônia e Isabel da Áustria, nasceu em 14 de outubro de 1458. Não só recebeu uma educação primorosíssima de sua santa mãe, mas teve também excelentes mestres que o introduziram  nas ciências; entre eles merece atenção o célebre Longino, homem de grande saber e virtude.  O maior prazer de Casimiro era rezar e  estudar e  seu lugar predileto era a Igreja.  "Em parte alguma me sinto tão bem - dizia - como nos degraus do altar. Tendo para escolher entre a casa, o jogo, a dança e outros  divertimentos,  dispenso-os  todos, se  puder ficar na Igreja". À santa Missa assistia. Casimiro com um recolhimento admirável. Tendo mais idade, levantava-se durante a noite, para fazer uma visita à Igreja; se a achava fechada, ficava de joelhos na porta, em profunda adoração ao Santíssimo Sacramento. Terníssima era sua devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Os olhos enchiam-se-lhe de lágrimas, todas as vezes que olhava para o crucificado. A Maria Santíssima não chamava de outro nome senão o de  "minha  querida Mãe". 

O  hino predileto, que muitas  vezes  recitava era:  "Omni die dic Mariae", pérola  preciosíssima da literatura cristã, não da sua lavra, como muitos  pretendem que seja, mas provavelmente de  autoria de Santo Anselmo de  Canterbury.  Uma cópia deste hino  achava-se no túmulo do Santo, quando aberto em 1604. O corpo estava perfeitamente conservado e o hino encontrou-se  debaixo da  cabeça. 

Como o amor  a  Jesus  e Maria ligava  Casimiro uma  grande  caridade aos pobres, o que  lhe valeu o título de  "pai dos pobres".  A algumas pessoas  da corte, que achava  essa  caridade  um tanto exagerada, Casimiro respondeu: "Melhor aplicação da  nobreza um príncipe não pode fazer, senão servindo aos pobres. Quanto a mim,  maior honra não aspiro, que fazer-me servo do mais pobre". 

O desprezo que tinha pelas honras e grandezas do mundo é bem caracterizada pelo modo porque se  houve na campanha contra Matias, rei da Hungria. Matias  tinha perdido o trono, e representantes da nação húngara ofereceram a Casimiro a coroa de Santo Estevão. O pai apoiava fortemente  o pedido dos embaixadores e determinou ao filho, que contava apenas 13 anos, que com força armada entrasse na Hungria, onde Matias o aguardava com poderoso exército, esperando a entrada do jovem príncipe. Nesse meio tempo, como o povo declarou-se novamente a favor de Matias para que retornasse, o Papa Sixto IV também manifestou a intenção de vê-lo de volta ao trono.  Em consideração a estes fatos, Casimiro retirou-se para o castelo de Dobzki, onde passou uns meses às práticas da mais austera penitência. Um segundo convite de políticos húngaros não mais foi tomado em consideração, e o desejo do santo de alcançar a coroa da glória eterna aumentou consideravelmente. 

Apesar de rodeada de todo o conforto, a vida se São Casimiro foi acompanhada de um espírito de penitência que não é comum entre os homens. Extremamente rigoroso consigo, Casimiro trazia sempre um cilício para castigar o corpo e cada semana dedicava uns dias ao jejum. Os dias de  jejum e abstinência  por mandamento da Igreja eram observados com toda a pontualidade, mesmo na doença. Ao sono eram reservadas poucas horas e, embora lhe tivesse à disposição um leito que em comodidade nada deixava a desejar, Casimiro escolhia de  preferência o chão para o repouso do corpo. 
A prática de todas estas virtudes mereceram ao príncipe a fama de grande Santo. Entre as  virtudes que lhe adornavam o coração, foi a da santa pureza que Casimiro exercia com especial esmero, e à qual se obrigou por um voto. É admirável que o jovem príncipe pudesse chegar a um grau tão elevado, principalmente nesta virtude, quando se via, dia por dia, rodeado de perigos e seduções. A chave deste segredo estava na recepção dos Sacramentos, na devoção à Santíssima Virgem, na mortificação constante do corpo e na fuga das más ocasiões. Em sua presença ninguém ousava proferir palavra que ofendesse a moral. Quando contava  24 anos, lhe apareceram no organismo todos os sintomas da tuberculose. Os médicos vendo  já esgotados todos os recursos  da ciência, deram ao príncipe, como última  esperança de salvar a  vida, o conselho de  se casar. Casimiro, mal tinha ouvido esta proposta, declarou: "Antes prefiro morrer;  e se tivesse de perder mil vidas, todas perderia, para guardar a castidade virginal". Por um favor especial de Deus, Casimiro soube o dia de sua morte, para ela se preparou com muito  fervor. As últimas palavras que disse, foram, depois de ter beijado o Crucifixo: "Em vossas mãos, ó Jesus, entrego o meu espírito". 
Casimiro morreu em 1484, sendo sua festa celebrada no dia 04 de março. São Casimiro goza de  grande veneração na Polônia, onde sua festa  é comemorada com oitava. 

Reflexões:
As  devoções  prediletas de São Casimiro eram a Sagrada Paixão e morte de  Nosso Senhor  e a devoção a Maria  Santíssima. Nestas devoções estava o segredo, porque  tão ciosamente guardava a virtude da pureza. Procurava a morte a macular esta virtude. Quem tem amor a  Jesus e Maria, deve igualmente amar a virtude  angélica, que é a  predileta da Mãe de Deus e de seu Filho. Se queres adiantar-te neste santo amor, cultiva em teu coração a Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Durante a quaresma, devias fazer uma leitura quotidiana de  um ou outro trecho da Sagrada Paixão. Quanto mais teu espírito penetrar neste mistério de  amor, tanto mais em tua alma se acentuará o desejo de servir unicamente a Deus, que tanto te amou.                                  

Sobre incorrupção do corpo
Passados 120 anos de seu enterro, ao abrir-se seu sepulcro, encontrou-se seu corpo incorrupto, como se estivesse recém enterrado. Nem sequer seus vestidos haviam deteriorado-se, considerando-se ainda que o sítio onde encontrava-se seu sepulcro era extremamente úmido. Sobre seu peito foi encontrada uma poesia à Santíssima Virgem, que  mandou que colocassem sobre seu cadáver no dia de seu enterro.

São Casimiro, rogai por nós!!!

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