Nova Era:
(uma revolução silenciosa ameaça a Civilização Cristã)
Impregnado de mística esotérica de origem oriental, o movimento denominado Nova Era, como uma verdadeira serpente naja, seduz muitas almas que dele se aproximam, hipnotizadas por seu encanto mágico e pela promessa de “ser como deus”.
(Frederico Romanini de Abranches Viotti)
O leitor provavelmente já observou, tanto em livrarias quanto em lojas de discos, seções com o título New Age (ou Nova Era). E que esse material é oferecido ao público, em diversas cidades do Brasil, mesmo em livrarias que se apresentam como católicas.
Estamos sendo, na realidade, agredidos por uma invasão silenciosa de um dos maiores inimigos da Civilização Cristã.
Nestes dois mil anos de cristianismo, nunca a sociedade esteve tão influenciada por idéias ocultistas, esotéricas, mágicas ou pseudo-místicas, como nos dias de hoje.
Corrompido pela decadência moral e pelo enfraquecimento dos princípios religiosos, o Ocidente é invadido por uma grande variedade de práticas contrárias à Santa Igreja.
Com efeito, assistimos hoje ao surgimento de diversas correntes religiosas — também denominadas filosóficas — que se infiltram entre os católicos e operam uma verdadeira revolução silenciosa.
O diretor da “Folha de S. Paulo”, Otávio Frias Filho, assim descreveu essa situação: “(1). Todos os deuses, todas as crenças, todos os sistemas religiosos serão aceitos ao mesmo tempo. Como os antigos romanos, toleraremos todos exatamente por não acreditar a fundo em nenhum deles. (2). Nossa fé se reduziu à crença numa energia cósmica qualquer, uma "força". [...] (4). Gnomos, espíritos, magos, anjos, duendes, demônios – um cortejo de quimeras extintas pela luz elétrica – ressuscitam, assim, no ecletismo da nova religião, a mais relativista que já houve, apta a admitir quaisquer fantasias e ignorar contradições entre elas”(1).
A nova mentalidade começa a invadir, infelizmente, até ambientes católicos!
Trata-se, como veremos, de um movimento organizado (e não espontâneo, como julgam alguns), direcionado contra a Religião de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que, por vezes, até se apresenta como cristão.
Seu nome? Não poderia ser mais genérico: Movimento Nova Era (ou, em inglês, New Age).
Nova Era:
(o disfarce sedutor do demônio)
O Movimento Nova Era (MNE) é a reunião de várias correntes esotéricas diferentes que, agora falando a mesma língua, almejam, segundo seus adeptos, o fim da chamada Era de Peixes e a instauração da Era de Aquários.
Durante as perseguições romanas, os primeiros católicos usavam alguns símbolos como identificação de sua Fé. Um deles, presente nas catacumbas e em vários objetos da época, era o peixe, que em grego, escreve-se ixtus, cujas letras são as iniciais de Iéssus Xcristós Teou Yiós Sotér (Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador).
Essa Era de Peixes, que desejam extinguir, significa o Reino de Cristo na História, o cristianismo!
Para alcançar seus objetivos, tais organizações não raramente se revestem de uma aparência cristã e difundem mensagens pacifistas, ecológicas e filantrópicas. Todavia, por trás dessa capa, seguem elas uma doutrina esotérica e iniciática.
Já Nosso Senhor advertia: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7, 15).
O cristianismo:
(Religião revelada por Deus)
"Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado” (Mt 5, 17).
Com o cristianismo completou-se a Revelação oficial, iniciada desde o Paraíso.
Nesse sentido, ao contrário do que dizem os adeptos da Nova Era, o cristianismo não é uma era histórica, mas o cumprimento da obra redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo, guardada desde o Paraíso até a consumação dos séculos. Ele instituiu sua santa e única Igreja, ensinando e consolidando sua doutrina e convidando seus filhos à bem-aventurança eterna.
Esoterismo:
(iniciação contra o cristianismo)
São Paulo já previa numa de suas epístolas: “O Espírito diz expressamente que nos últimos tempos alguns homens renegarão sua fé, dando atenção a espíritos sedutores e doutrinas demoníacas” (1 Tim. 4,1).
A doutrina da Nova Era é esotérica, isto é, tem sua parte principal escondida, oculta, acessível apenas a pessoas iniciadas, que são lentamente levadas a negar o cristianismo.
Para essa transformação interna de cada homem, tais organizações utilizam rituais e práticas específicas, através das quais difundem sua doutrina, de fundo panteísta. Como veremos, essa doutrina não passa de uma reedição das antigas heresias panteístas, agora com roupagem nova.
“A Conspiração Aquariana”
(manual da Nova Era)
A Nova Era não se apresenta como um movimento unificado, sob a direção de um líder único, mas é uma constelação de pequenos movimentos.
Podemos caracterizar o Movimento Nova Era como uma grande mobilização de pequenos grupos, dispersos em diversos locais mas unidos no mesmo pensamento e objetivo, que formam uma enorme rede de ação e abrange centenas de entidades, instituições e grupos, sem que todos necessitem estar em contato ou mesmo se conhecer. Ao menos é assim que ele é apresentado.
Essa mega-rede é descrita pela escritora Marilyn Ferguson, em seu livro A Conspiração Aquariana, considerado por muitos como a “bíblia” da Nova Era (2): “Enquanto a maioria de nossas instituições vem falhando, surge uma versão contemporânea da velha relação tribal ou familiar: a rede, um instrumento para o próximo passo na evolução humana. [...] A rede é moldável, flexível. Para todos os efeitos, cada membro é o centro da rede. As redes são cooperativas, não competitivas. São como as raízes da grama: auto-geradoras, auto-organizadoras, por vezes até auto-destruidoras. Representam um processo, uma jornada, não uma estrutura organizada.
“Cada segmento [de uma rede] é auto-suficiente. Não se pode destruir a rede pela destruição de um dos líderes ou de algum órgão vital. O centro — o coração — da rede se encontra em todos os lugares. A Conspiração Aquariana é, na verdade, uma rede de muitas redes destinadas à transformação social. [...] Seu centro está em toda a parte. [...] A Conspiração não pode ser detida, porque é uma manifestação da mudança nas pessoas”(3).
Fazem parte desse movimento entidades como: Renascer, Grande Fraternidade Universal, Nova Acrópole, Universidade Holística, Sociedade Internacional de Meditação, Centro de Estudos de Antropologia Gnóstica, Eubiose, Sociedade Teosófica, A Grande Pirâmide do Lago, Rosa Cruz Áurea, Perfeita Liberdade, Cidade da Paz, Movimento para Consciência de Krishna, Cadeia Mental Universal, Ordem dos 49, Clube Naturalista de Preservação da Vida, Himalaya Consultoria Vivencial, Abrasca (Associação Brasileira de Comunidades Alternativas), Legião da Boa-Vontade, Centro de Pesquisas de Discos Voadores, Fraternidade da Cruz e do Lótus etc.(4)
A transformação nas almas:
(método de conquista)
Na introdução de sua obra, diz Marilyn Ferguson: “O ativismo social dos anos 60 e a ‘revolução da consciência’ do início dos 70 pareciam mover-se na direção de uma síntese histórica: a transformação social como resultante da transformação pessoal — a mudança de dentro para fora”.(5)
Essa nova tática de conquista da Revolução foi inúmeras vezes denunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. É a chamada Revolução Cultural, uma mudança gradual da vida cotidiana, dos costumes, das mentalidades, dos modos de ser, de sentir e de viver.(6)
O misticismo tribal e a extinção da razão:
Em 1976, ainda no auge do comunismo, caracterizado como a III Revolução (a primeira é a pseudo-Reforma Protestante e a segunda a Revolução Francesa de 1789), Plinio Corrêa de Oliveira já demonstrava a metamorfose operada dentro do processo revolucionário rumo a uma IV Revolução – o tribalismo autogestionário e místico, hoje largamente incubado na Nova Era – denunciando suas características.(7) Escreveu ele: “Bem entendido, o caminho rumo a este estado de coisas tribal [da IV Revolução] tem que passar pela extinção dos velhos padrões de reflexão, volição e sensibilidade individuais, gradualmente substituídos por modos de pensamento, deliberações e sensibilidade cada vez mais coletivos [...].
“De que forma? — Nas tribos, a coesão entre os membros é assegurada sobretudo por um comum pensar e sentir, do qual decorrem hábitos comuns e um comum querer. Nelas, a razão individual fica circunscrita a quase nada. [...] Ao pajé incumbe manter, num plano místico, esta vida psíquica coletiva, por meio de cultos carregados de ‘mensagens’ confusas, mas ‘ricas’, dos fogos fátuos ou até mesmo das fulgurações provenientes dos misteriosos mundos da transpsicologia ou da parapsicologia”.(8)
Do Amor de si ao esquecimento de Deus:
O homem justo faz do “amor de Deus” o eixo de sua vida, pelo qual ele julga todo o resto, cumprindo o maior dos Mandamentos: “amarás o Senhor teu Deus de todo o coração de toda a alma, de todo o entendimento, e com todas as suas forças”(Mc, 12, 30)
Na mesma linha, o catecismo da Igreja ensina que a finalidade do homem é “conhecer, amar e servir a Deus”.
A santidade consiste em amar a Deus até o esquecimento de si mesmo, a ponto de ser um outro Cristo ou, nas palavras de São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”.
Nesse amor sublime, fruto da inocência de alma, reside a verdadeira felicidade e o tesouro mais precioso de nossas almas, onde “o ladrão não chega, nem a traça rói”. (Lc. 12, 33)
Todavia, para os adeptos da Nova Era, não é a Deus que devemos conhecer e amar, mas a nós mesmos... Pois, segundo imaginam, Deus não é superior aos homens e digno de ser amado sobre todas as coisas, mas é igual aos homens!
Como conseqüência, o homem deve conhecer a si mesmo – através do que chamam de iluminação – e perceber que ele é “deus”.
Em outros termos, o igualitarismo, tantas vezes denunciado pelo magistério da Santa Igreja como oposto ao cristianismo é agora exaltado até o destronamento de Deus.
A Nova Era é a “religião” dos homens igualitários que se julgam “deuses”.
O igualitarismo corrompe a Criação:
Deus, em sua infinita sabedoria, criou cada homem com suas características próprias e hierarquicamente dispostas.
Santo Tomás explica que é através dessa diversidade de características que se tem uma imagem mais perfeita de Deus. Os homens em seu conjunto, muito mais do que individualmente, formam um belíssimo mosaico refletindo as perfeições de seu Criador. (9)
Por isso, diz a Sagrada Escritura que cada coisa feita por Deus era boa, mas o seu conjunto era “muito bom”. (10)
Não podendo nada contra o Criador, o demônio investe contra o reflexo de Deus na criação e seduz os homens, através do orgulho, com a promessa utópica do igualitarismo.
“Sereis iguais a Deus”:
(a sedução da Nova Era)
Com a mesma mentira com que seduziu Adão e Eva no Paraíso Terrestre a Serpente agora busca seduzir os homens do século XXI.
“Sereis iguais a Deus” (Gen. 3, 5). É o que promete a Nova Era para os que se deixam enganar pelo veneno igualitário do demônio.
É o orgulho levado às últimas conseqüências, mediante o qual o homem se esquece de Deus para amar a si sobre todas as coisas.
Lúcifer:
(o primeiro igualitário)
“Tu, desde o princípio, quebraste o meu jugo, rompeste os meus laços e disseste: - Não servirei!” (Jer 2, 20).
A esse brado igualitário de Lúcifer, que não desejou servir a seu Senhor, respondeu São Miguel: “Quem como Deus?”.(11)
Os anjos, assim como os homens, também tiveram sua prova, na qual deveriam escolher entre amar a Deus ou amar a si.
Os irmãos Gustavo e Sérgio Solimeo, em seu livro “Anjos e Demônios, a Luta Contra o Poder das Trevas”, assim se referem à prova dos anjos: “Segundo Santo Tomás de Aquino, essa soberba consistiu em que os anjos maus desejaram diretamente a bem-aventurança final, não por uma concessão de Deus, por obra da graça, e sim por sua virtude própria, como mera decorrência de sua natureza. Desse modo, quiseram manifestar sua independência em relação a Deus; eles recusaram assim a homenagem que deviam a Deus como seu criador e desejaram substituir-se a Ele e ter o domínio sobre todas as coisas: ‘ser como deuses’. (cf. Gen. 3, 5)”.(12)
Exatamente o que sustenta o Movimento Nova Era, é a salvação (bem-aventurança), não como obra da graça, mas como decorrência da própria natureza divina do homem.
Lúcifer:
(o anjo da “iluminação” esotérica)
Antes da revolta dos anjos, segundo narra São João Bosco em sua conhecida História Sagrada, os anjos eram todos bons.
Lúcifer era o anjo mais belo que Deus havia criado.(13) Deste fato resulta o seu nome, que significa aquele que ilumina, aquele que porta a luz: lúcifer.
“Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10, 18). Aquele que iluminava, agora vive nas trevas tentando os homens.
Para a Nova Era, o homem precisa atingir a consciência de que é deus, precisa se iluminar. A iluminação é o processo através do qual o homem perde a sua individualidade, entregando-se, como uma gota d’água no oceano, à grande energia primeira. Através dessa prática, o iniciado se reconhece divino, assim como todos os objetos, formando uma só energia com todos eles.
Panteísmo:
(a doutrina oculta do demônio)
A filosofia básica da Nova Era é o panteísmo. Segundo essa heresia, existe apenas uma realidade, que é a energia cósmica (que alguns chamam de deus), o resto é o maya (ilusão). Toda a diversidade de seres (sejam minerais, vegetais, animais ou mesmo espirituais) é uma ilusão dos sentidos, que tende a ver diferenças onde só existe igualdade. Tudo é manifestação de uma mesma energia, que é divina e espalhada em todas as coisas.
O demônio é o pai dessa doutrina que busca enganar os homens e fazê-los participantes de sua revolta. Diz São João: “Foi [o Demônio] homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade” (Jo 8, 44).
Nesse sentido, é revelador o poema escrito por Pierre Weil, um dos expoentes da Nova Era e reitor da chamada universidade holística(14), em seu livro A Revolução Silenciosa, no qual resume o orgulho panteísta e igualitário desse movimento: Diz ele, sobre si mesmo: “Sou desprovido de nome, porque todo nome me limita. Porém, muitos nomes me deram. Sou Brahman. Sou Brahma, Vishnu e Shiva. [...] Sou Jahvé. Sou Buda. Sou Cristo. Sou o Pai, com ou sem barba. Sou o Filho. Sou o Espírito Santo. Sou Allah, Sou Alfa e ômega, o começo e o fim. [...] Sou energia. Sou a natureza. [...] Sou Deus. Sou o Eterno. Sou Universo. [...] Sou você dentro do teu corpo. Sou também o teu próprio corpo. [...] Sou as partes que estão no todo. Sou o todo que está em todas as partes. [...] Sou o homem. Sou a mulher. [...] Sou sujeito, sou objeto, sou espaço entre os dois. [...] Sou o autor. Sou o ator. Sou o papel. Sou a peça. Sou o espectador. [...] Sou zero. Sou um. [...] Enfim sou a tua alma através da qual desfruto da imensa bem-aventurança de ser consciente da própria bem-aventurança” (15)
A reencarnação evolucionista:
Imaginando-se deus, o adepto da Nova Era naturalmente é levado a negar a justiça divina (já que essa justiça pressupõe a existência de Deus superior aos homens) e, em seu lugar, aceita a doutrina espírita da reencarnação.
Contra essa doutrina, há o ensinamento formal de São Paulo: “Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto é o julgamento”(Hb 9, 27).
Auto-conhecimento e redenção:
A Nova Era afirma que o problema do homem não é o pecado, mas a ignorância. Conhecer-se a si mesmo, eis o lema da Nova Era.
Não é mais a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo que abre as portas da eternidade, mas o próprio homem que se julga salvo pela sua natureza divina.
Desta forma, o supremo ato de amor de Deus é substituído pelo supremo ato de orgulho de quem julga ocupar o lugar de seu Criador.
Para esses adeptos, não há inferno, não há castigo, não há justiça. O erro (pecado) de uma vida não será castigado na eternidade, mas numa encarnação menos evoluída ou mais sofrida, onde aqui se faz, aqui se paga. É a chamada Lei do Carma.
Canalização da Energia Cósmica:
Não é pensando que se ilumina, é mediante a meditação por dentro de si, mediante a canalização da energia por dentro do próprio corpo.
Para esse fim nos levariam o tarô, os búzios, quiromancia, astrologia, numerologia, cristais, certos tipos de medicina alternativa e de acupuntura etc. Tudo é usado para dar uma nova visão ao ser humano, uma nova maneira de experimentar a realidade.
Claro que várias dessas práticas abrangem um aspecto natural que pode produzir um resultado efetivo. Todavia, elas têm servido, em várias circunstâncias, para difundir a doutrina esotérica da Nova Era.
Os cristais e as pirâmides são muito usados pelos adeptos da seita, pois seriam uma maneira de canalizar essas energias e curar doenças, atrair prosperidade, levar a um grau de consciência superior.
Trata-se, na realidade, da volta ao paganismo primitivo, com suas milhares de superstições e idolatrias.
Nova Era é incompatível com a Fé Católica:
Em seu Evangelho, São Mateus expõe a sábia advertência de Nosso Senhor: “Eis que eu vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malícia, como as pombas” (Mt 10, 16).
Dom Donald W. Montrose, enquanto Bispo diocesano de Stockton, na Califórnia, fez uma longa análise da influência satânica da Nova Era nos Estados Unidos. Em seu substancioso documento, afirma: “Na superfície, o movimento New Age parece um movimento de paz. Entretanto, é ocultista, mesmo quando Satanás não é mencionado. O ‘deus’ da New Age não é o Deus do cristianismo. O ‘deus’ da New Age é uma espécie de energia impessoal que abarca o universo inteiro. Esta é uma forma de panteísmo. Não se deixem enganar pelas suas palavra sobre ecologia, a beleza do mundo natural, a fundamental bondade dos objetivos aparentes deste movimento. Não é um poder espiritual que vem de Deus, mas do reino da luz falsa e das trevas” (16).
E João Paulo II, em pronunciamento aos bispos norte-americanos, previne os fiéis sobre a Nova Era e sua deletéria influência entre católicos: “As idéias do movimento New Age conseguem às vezes insinuar-se na pregação, na catequese, nas obras e nos retiros, e deste modo influenciam até mesmo católicos praticantes, que talvez não tenham a consciência da incompatibilidade entre aquelas idéias e a fé da Igreja. Na sua visão sincretista e imanente, esses movimentos [...] tendem a relativizar a doutrina religiosa. [...] Além disso, apresentam com freqüência um conceito panteísta de Deus, o que é incompatível com a Sagrada Escritura e com a Tradição cristã” (17).
Devoção a Nossa Senhora:
(o antídoto profético)
A Nova Era é um dos venenos sedutores do demônio, que tenta os homens através do orgulho: “Amarás a ti mesmo sobre todas as coisas”, eis como se poderia exprimir o lema da Nova Era.
Quando uma alma se deixa contaminar pelo amor próprio desordenado, fruto de seu orgulho, não há moral capaz de a controlar, não há mais verdade que ela não coloque em dúvida, não há hierarquia que ela não queira derrubar.
E como tudo isso é o oposto à Santíssima Virgem, que em sua humildade desejava ser a escrava da Mãe de Deus!
Nossa Senhora é o triunfo da humildade sobre o orgulho, do verdadeiro amor de Deus sobre a soberba igualitária.
Nesse sentido, escreve o grande missionário francês do século XVII e Doutor marial, São Luís Maria G. de Montfort: “O que Lúcifer perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva condenou e perdeu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência”(18).
Em outro trecho, afirma ainda São Luís de modo profético sobre o papel da Mãe de Deus nos últimos tempos: “Por meio de Maria começou a salvação do mundo, e é por Maria que deve ser consumada” (19).
É o que aquele grande apóstolo mariano chama de Reino de Maria, no qual o império de Nosso Senhor estender-se-á sobre o “império dos ímpios, dos idólatras e dos maometanos” (20), estabelecendo sobre a Terra a plenitude do Reino de Cristo na História.
Todos que recorrem à Santíssima Virgem são atendidos:
Fica o alerta: em nossas dificuldades, não procuremos soluções onde elas não existem; desconfiemos dessas práticas ocultistas, verdadeiras ciladas para a perdição das almas.
Pelo contrário, procuremos a solução verdadeira que Nosso Senhor Jesus Cristo nos concedeu: a intercessão de sua Santíssima Mãe que, misericordiosamente, também a nós foi dada como Mãe. Procuremos aumentar nossa devoção a Ela, e assim seremos aliviados de nossos males, amparados em nossos problemas, atendidos em nossas súplicas.
É o que, de modo categórico, afirma o admirável Doutor da Igreja, São Bernardo de Claraval, em sua célebre e inspirada oração: “Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, com igual confiança, a Vós, ó Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho, e, gemendo sob o peso de meus pecados, me prostro a Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Assim seja”.