Cada pessoa é relação. Sozinha não é nada. Só se realiza como pessoa quando entra em relação com os outros. Este relacionamento, para ser verdadeiramente humano, deverá ser um relacionamento alegre. Cada pessoa deve irradiar a alegria de viver, ao jeito de quem anda perfumado. É o perfume da alegria que faz tanta falta nesta sociedade onde há tanta gente carrancuda, pessimista, mal-humorada.
Esta alegria manifesta-se no modo de olhar. Se no coração de alguém habita a alegria, podemos ver nos olhos a brilhar a alegria que seduz. Os olhos são o espelho de uma alma em festa.
A alegria manifesta-se na conversação. As palavras são necessárias para sublinhar as qualidades das pessoas, o aspecto positivo dos acontecimentos, a beleza da vida. É uma palavra que anima, alegra, vivifica.
A alegria manifesta-se no modo de atuar. Se o pessimista se contenta em encostar-se ao muro das lamentações para dizer mal e lamuriar-se, o otimista prefere calar-se e deitar mãos à obra para fazer o possível em ordem à solução dos problemas.
A alegria manifesta-se sobretudo no coração, como símbolo universal do amor. Quem é alegre já percebeu que é no amor aos outros que encontra o combustível para se manter cada vez mais alegre. "Sonhei e vi que a vida era alegria. Acordei e vi que a vida era serviço. Comecei a servir e vi que o serviço era alegria" (R. Tagore).
Um egoísta nunca poderá ser uma pessoa feliz. Mas uma pessoa que optar por um projeto de vida que assente no amor e no serviço aos outros, esse projeto torna-se numa nascente de alegria que jorra para a eternidade.
Este bom odor da alegria deve irradiar em todos os ambientes do nosso dia-a-dia, mantendo em família e no trabalho um bom-humor que ninguém nos poderá roubar. O bom-humor torna-nos mais belos aos olhos dos outros. O bom-humor, além de ser saudável, contribui para um bom relacionamento entre as pessoas. O bom odor da alegria deve estar presente na diversão.
Falar da alegria não é fechar os olhos para não ver as tristezas deste mundo. Não podemos ignorar as crianças vítimas da fome, da guerra e das doenças. Não podemos ignorar os refugiados, os idosos que vivem sós, mergulhados na tristeza e mendigando afeto. Nem os doentes e os presos. Não podemos ignorar que vivemos num mundo imperfeito, que a maldade e o egoísmo dos homens teimam em tornar ainda mais triste.
Mas estas e outras situações não são suficientes para nos roubar a alegria.
A tristeza desmobiliza, deixa as pessoas resignadas ante o mal e a lamentarem-se. A tristeza, porque é má conselheira, pode levar as pessoas a uma atitude de revolta perante tudo aquilo que impede as pessoas de viver alegres.
A alegria, porém, mobiliza. Quem é alegre é o primeiro a empenhar-se para que todos vivam também alegres. Podemos constatar que as pessoas que mais se dedicaram ao serviço dos que sofrem e vivem tristes, eram pessoas alegres. O exemplo mais recente vem-nos da Madre Teresa de Calcutá, que era uma mulher feliz. Uma felicidade que aumentava na medida em que se dedicava aos pobres, abandonados e moribundos das ruas de Calcutá.
A alegria rima com utopia. A utopia real de sonhar que é possível um mundo melhor. Acontecerá a festa quando todos tiverem satisfeitas as necessidades básicas: alimentação, saúde, educação, emprego, segurança social... E porque as pessoas não se satisfazem com o ter tudo isto, a alegria acontecerá quando as pessoas se amarem e se sentirem amadas.
Deste amor resultará a festa. Um amor sem fronteiras.
As pessoas de boa-vontade devem manter uma atitude de esperança ativa, lutando para que a alegria ganhe terreno. Só ela dá sabor à vida. Esta esperança ativa pode manifestar-se não apenas com realizar grandes obras, mas em manter nos lábios um sorriso. Quem não pode contribuir para um mundo melhor, dando o seu sorriso de pessoa feliz? Ninguém é tão pobre que não possa dar a todos a luz do seu sorriso límpido e puro como a nascente de uma fonte.
Terminamos a reflexão acerca da alegria com este conhecido decálogo sobre o sorriso: [1] Quanto custa um sorriso? Nada. [2] Quanto pode produzir? Muito. [3] Quanto tempo dura? Um instante. [4] E a sua recordação? Às vezes, toda a vida. [5] Quem é tão pobre que não o pode dar? Ninguém. [6] Quem é tão rico que não necessite dele? Ninguém. [7] Quem o dá fica mais pobre? Não, fica mais rico. [8] Quem está mais necessitado de um sorriso? Quem não o pode dar. [9] Qual é o valor social de um sorriso? Substitui qualquer palavra. [10] Qual deve ser a palavra de ordem? Sorrir sempre!
Como sempre digo: "Alegrai-vos no Senhor! Balança Povo de Deus!!!"
Pe. Crystian Shankar
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