quinta-feira, 10 de novembro de 2011

REFLEXÃO: Que tipo de terreno tem sido o seu coração?

Nestes últimos tempos, o Senhor tem derramado Sua Palavra em profusão. Você tem recebido muito. Mas é o momento de se perguntar: “Como tenho recebido tudo isso?” O que o Senhor lhe dá é sempre precioso, uma semente boa que tem em si toda a capacidade de gerar frutos. Que tipo de terreno tem sido seu coração? O próprio Jesus se preocupa com isso. Então, apresenta a Parábola do Semeador:

“Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho; e os pássaros do céu vieram e comeram tudo. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra; logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; mas, quando o sol se levantou, ficaram queimadas e por lhes faltarem raízes, secaram. Outras caíram entre os espinhos; os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras caíram na terra boa e deram fruto, uma cem, outra sessenta, outra trinta por um. Quem tiver ouvidos, ouça!” (Mateus 13,4-9).

O próprio Jesus explicou aos discípulos o significado profundo dessa parábola:
“Vós, portanto, ouvi a parábola do semeador. Aquele que ouve a Palavra do Reino e não compreende, porque o maligno vem e se apodera do que foi semeado no seu coração, é o que recebeu a semente à beira do caminho. Aquele que recebeu a semente em lugar pedregoso é o que, ouvindo a Palavra, logo a acolhe com alegria; mas não tem raízes em si, é homem de momento: mal chega a tribulação ou a perseguição por causa da Palavra, ele cai. Aquele que recebeu a semente entre os espinhos é o que ouve a Palavra, mas o cuidado do mundo e a sedução das riquezas sufocam a Palavra, e ele fica sem fruto. O que recebeu a semente na terra boa é o que ouve a Palavra e compreende: então, ele dá fruto e produz, um cem, outro sessenta, outro trinta por um (Mateus 13,18-23).

É o momento de se perguntar: “Que tipo de terreno tenho sido?” Existe aquele terreno que acolhe a Palavra, mas não a retém, não a guarda, recebe a Palavra apenas festivamente (com leviandade), mas não a acolhe, não tem profundidade. Então, o que acontece? Lá está o demônio, girando em torno dele, querendo arrancar-lhe a semente da Palavra. O demônio age sempre assim, não quer que a Palavra caia em seu coração e produza frutos em sua vida. Como ave faminta, procura sempre arrebatar a semente quando ela começa a frutificar.

Pode ser que você viva assim: vai à Santa Missa, a reuniões, ao grupo de oração, faz palestras, participa de dia de louvor, de encontros, mas tudo apenas festivamente. A Palavra cai em você, mas passa como aguaceiro. Cai, passa e não deixa resultados. Logo vem satanás, retira a Palavra e a leva embora sem que ela faça seu papel em sua vida.

Você pode ser um desses terrenos. Todos nós corremos esse risco: não acolher o tesouro da Palavra. A consequência é que você acaba sendo mais um festivo no Reino de Deus. Faz muita festa, movimentação, barulho, sem nenhum silêncio, sem profundidade: sem verdadeiro acolhimento.

Há outro tipo de terreno: o sol pedregoso. A Palavra caiu e você a acolheu com alegria, mas não a deixou que fincasse raízes. O próprio Jesus explica essa inconstância: sobrevindo uma dificuldade, um problema, uma tribulação ou perseguição por causa dela [Palavra], logo você a deixa. E como temos agido assim! Parece que não temos força nenhuma, nem qualquer coragem, somos cristãos sem fibra, sem têmpera, pensando que Deus Pai deve nos tratar como “filhinhos de papai” retirando todas as dificuldades e os problemas do nosso caminho. Diante da primeira tribulação, somos já terreno pedregoso, onde a Palavra não pode fincar raízes.

Outro tipo de terreno é aquele cheio de espinhos. Você ouviu bem a Palavra, com alegria, recebeu, acolheu, mas os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa.

Infelizmente, isso tem acontecido com muita gente! Recebem a Palavra, passam pela conversão, são batizados no Espírito Santo, os dons afloram... mas os cuidados deste mundo, os trabalhos, os afazeres, as riquezas, o conforto, o comodismo, os compromissos sociais e tantas outras coisas vão sufocando a graça recebida e tudo vai embora.

Muitos cristãos começaram bem, caminharam por um bom tempo, mas não abriram mão da vida que viviam, do caminho que estavam trilhando. Quiseram ser cristãos, mas ao mesmo tempo, viver a vida antiga. Então, tudo que receberam se esvaziou. Os compromissos sociais, as reuniões, as festas, o conforto, a necessidade de ter mais dinheiro, a necessidade de seguir a moda, tudo isso foi sufocando a Palavra, a graça, o Espírito Santo com Seus dons e frutos... e tudo se foi. Será que você não tem sido esse terreno?

Por fim, Jesus fala da semente caída num terreno bom. Ele nem fala de um terreno especial, mas de um terreno bom em que a semente caiu e frutificou. Um terreno que acolheu a Palavra e produziu frutos. É preciso que sejamos assim!

Você tem recebido muito, graças a Deus! O Senhor está investindo em você. Não desperdice a graça tão abundante que tem sido derramada em sua vida.

(Trecho do livro “O Pão da Palavra – volume 2” de monsenhor Jonas Abib)

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