sexta-feira, 11 de maio de 2012

REFLEXÃO: Ovelhas sem pastor

“A messe é grande, mas os operários são poucos”, diz Jesus. Eu gosto sempre de explicar que messe não é qualquer plantação e não é qualquer colheita. Messe é aquele tipo de plantação que, se for colhida na época certa, se salva. Mas se não for colhida no momento exato, se perde.

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Jesus foi de cidade em cidade, de aldeia em aldeia. Ele tocou na situação do povo e ficou tomado de compaixão porque eram como ovelhas sem pastor. E, com tudo isso dentro de si, o Senhor sobe o monte para orar.

"Jesus olha para nosso povo com o coração tomado de compaixão"

Ele vai naquela certeza dura de que a messe é grande e que, se não houvesse operários, muito daquela messe iria se perder, porque não ia ser colhida na hora certa. E é assim que Cristo vai para o alto do monte: para conferir com o Pai quem mais Ele precisa escolher para estar junto com Ele, agora, na colheita daquela messe, no cuidado daquelas ovelhas. Você entendeu?

Meus irmãos, hoje também, é nesse contexto que o Senhor está nos chamando. É vendo a situação infeliz do nosso povo. E quando nós dizemos “nosso povo” é a respeito de gente muito próxima a nós. Não se trata do povo sobre o qual nós temos o poder, a liderança. Não! Mas é o “nosso” povo. Entram aí o pai e a mãe da gente. Entram aí os nossos irmãos. Irmãos de sangue. Entram os nossos sobrinhos. Para vocês que são casados: é seu marido, é sua esposa. São seus filhos. São seus pais. É gente nossa! São eles que precisam ser salvos. E o Senhor está dizendo: “A messe está aí!”

Eu não tenho dúvida: nós estamos vivendo um Kairós. Existe o cronos, que é o tempo do calendário. É o tempo do cronômetro. Mas existe um outro tempo, uma outra hora. Existe um outro momento que a Bíblia chama de Kairós. Uma palavra grega que significa a hora de Deus, o momento d'Ele, a hora da oportunidade. Agora é o tempo favorável. Agora é o dia da salvação.

Meus irmãos, nós estamos vivendo um tempo assim! É nesta hora que o Senhor está nos chamando. E quem nos chama é um Senhor do “jeitinho” que Ele estava no começo do Seu trabalho missionário: com o coração tomado de compaixão, porque Ele vê um povo (o nosso povo) como ovelhas sem pastor. E se não houver operários para trazê-las de volta, essas ovelhas irão se perder. Esta é a nossa missão.

O Senhor quer você realmente sendo um servo bom e fiel. Com toda a capacidade de dar inteiramente a sua vida, o seu tempo, as suas energias, os seus dotes ao Senhor, entregando-os para a salvação dos nossos irmãos. Esses irmãos que, como ovelhas, não sabem reencontrar o caminho. Não souberam se defender do inimigo e não sabem agora sair das enrascadas em que foram colocados. Não sabem! É preciso que haja um pastor que vá buscá-los.
(Trecho da pregação "Ovelhas sem pastor" de monsenhor Jonas Abib)

11 de Maio de 2012 - Evangelho Segundo São João 15,12-17

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos.
14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

SANTOS DO DIA: Santo Inácio de Lácomi e Santos Abades de Cluny e Confessores

Santo Inácio de Lácomi

Francisco Inácio Vincenzo Peis, o segundo de nove irmãos, nasceu na cidade de Láconi, Itália, no dia 17 de novembro de 1701. Seus pais eram muito pobres, mas ricos de virtudes humanas e cristãs, educando os filhos no fiel seguimento de Jesus Cristo.
Inácio, desde a infância, sentiu um forte chamado para a vida religiosa. Possuía dons especiais da profecia, da cura e um forte carisma. Costumava praticar severas penitências, mantendo seu espírito sereno e alegre, em estreita comunhão com Cristo.
Antes de completar os vinte anos de idade, ele adoeceu gravemente e por duas vezes quase morreu. Nessa ocasião, decidiu que seguiria os passos de são Francisco de Assis e se dedicaria aos pobres e doentes, se ficasse curado. E assim o fez. Foi para a cidade de Cagliari para viver entre os frades capuchinhos do Convento do Bom Caminho. Mas não pôde ser aceito, devido à sua frágil saúde. Depois de totalmente recuperado, em 1721, vestiu o hábito dos franciscanos.
Frei Inácio de Láconi, como era chamado, foi enviado para vários conventos e, após quinze anos, retornou ao Convento do Bom Caminho em Cagliari, onde permaneceu em definitivo. Ali, ficou encarregado da portaria, função que desempenhou até a morte. Tinha o verdadeiro espírito franciscano: exemplo vivo da pobreza, entretanto de absoluta disponibilidade aos pobres, aos desamparados, aos doentes físicos e aos doentes espirituais, ou seja, aos pecadores, muitos dos quais conseguiu recolocar no caminho cristão.
Durante seus últimos cinco anos de vida, Inácio ficou completamente cego. Mesmo assim continuou cumprindo com rigor a vida comum com todos os regulamentos do convento. Morreu no dia 11 de maio de 1781. Depois da morte, a fama de sua santidade se fortaleceu com a relação dos milagres alcançados pela sua intercessão.
Frei Inácio de Láconi foi beatificado pelo papa Pio XII em 1940 e depois canonizado por este mesmo santo padre em 1951. O dia designado para sua celebração litúrgica foi o de sua morte: 11 de maio.

Santos Abades de Cluny, Confessores
 
Entre 926 e 1156, a célebre Abadia de Cluny, na França, foi governada quase ininterruptamente por abades santos: Santos Odon (926-942), Majolo (965-994), Odilon (998-1048), Hugo (1049-1109) e Pedro, o Venerável (+ 1156). Nesse período Cluny espalhou sua influência benéfica por toda a Europa, chegando a coordenar mais de 2000 mosteiros fervorosos, revigorando espiritualmente toda a Cristandade e produzindo também na ordem temporal efeitos salutares.
Um pouco de História
Nos séculos VIII e IX, a Europa passou por uma profunda crise religiosa e social, ocasionada, em grande parte, pelas invasões dos vikings que, devastando cidades e queimando igrejas, abalaram as estruturas políticas, sociais e econômicas então existentes.
A par disso, mosteiros e abadias, antes refúgio da piedade, arte e cultura, estavam em decadência, devido a abusos de membros do alto Clero e da nobreza, os quais apoderavam-se de bens e rendimentos eclesiásticos.
Ademais, alguns nobres nomeavam abades, os quais muitas vezes eram leigos, seus apaniguados. "Os monges, se os havia, estavam reduzidos a um canto, deixados à sua própria sorte, sem franca liberdade e sem verdadeira obediência, reduzidos a vegetar"(1). O relaxamento chegou a tal ponto que levou o Papa João XI a exclamar: "Já não há, por assim dizer, um só mosteiro em que a regra seja observada!"
A situação, infelizmente, não era melhor na Sé de Pedro, Cátedra da Verdade e luz dos povos. Atravessava esta uma terrível noite escura, sucedendo-se os Papas em períodos de pouco mais de dois anos, vítimas que eram do veneno assassino ou de trágicos acidentes naturais. Só entre 822 e 894, 32 Pontífices passaram pelo Trono de São Pedro! (2).
Para reverter essa situação, era necessário uma série de Santos suscitados pela Providência divina, os quais por sua ação reformassem a ordem espiritual para que esta permeasse, em toda a ordem temporal e no âmago da vida dos povos, a seiva do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Um deles, e sob certo aspecto talvez o mais providencial, foi Santo Odon (879-942), Abade de Cluny, chamado a restaurar, ordenar e consolidar em seus fundamentos a sociedade temporal de então, para que ela se elevasse e atingisse seu apogeu, merecendo assim o título -- que um autor francês atribuiu à Idade Média -- de "a doce primavera da Fé".
Iniciando Santo Odon a chamada reforma cluniacense, imprescindível para mudar aquele estado de coisas, sua profunda e benéfica influência fez-se logo notar nas duas esferas, a temporal e a espiritual, graças ao grande número de Santos e homens providenciais que formou, e o papel que estes desempenharam. Basta lembrar o grande Papa São Gregório VII, o monge Hildebrando saído de uma das abadias reformadas por Cluny.
Cluny tornou possível uma tão profunda mudança, que permitiu à Idade Média merecer de Leão XIII (1878-1903) o célebre elogio:
"Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer" (3).


Santo Inácio de Lácomi e Santos Abades de Cluny e Confessores, rogai por nós!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

REFLEXÃO: Você decide a quem dará a vitória

Nosso coração é um terreno em que Jesus e o inimigo são os semeadores. Podemos frutificar as sementes que Jesus semeia, ou, infelizmente, frutificar as sementes que o príncipe deste mundo lança sobre nós. É preciso decidir frutificar unicamente as sementes de Jesus senão, veja o que acontece:

“Quando o espírito impuro sai de um homem, ele percorre as regiões áridas em busca de descanso, mas não o encontra. Então, diz consigo mesmo: ‘Vou tornar à minha morada de onde saí’. Ao chegar, encontra-a desocupada, varrida e arrumada. Então, vai tomar consigo mais sete espíritos piores do que ele, lá entrar e se instalam. E o último estado deste homem torna-se pior que o primeiro” (Mt 12,43-45a)

Jesus nos mostra, nesta Palavra, que o inimigo não desiste: Ele é o usurpador. Se no passado ele conseguia se instalar em sua vida, se você abriu brecha e ele entrou se instalando em áreas da sua vida, fique atento. Saiba que, embora Jesus o tenha libertado, o inimigo continuará rodeando e buscando uma antiga brecha para entrar de novo e se instalar.

Jesus nos alerta: “Preparem-se para a tentação, porque o inimigo não vai perder vocês! Ele não vai querer perder o terreno que havia usurpado”. Ao mesmo tempo, o Senhor nos garante: “Eu orei pra ti, a fim de que a tua fé não desapareça” (Lc 22,32a). E ao Pai Ele ora: “Eu rogo por eles. Eu não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo17,9a.15). Enfrentaremos tentações, mas não estaremos sós. Jesus está conosco, orando por nós, torcendo por nossa vitória.

Até o final de nossa vida seremos um terreno disputado. Somos nós que daremos a vitória a Jesus ou ao demônio. A quem você quer servir? Quem você deixará entrar em sua vida? No passado, muitas vezes demos vitória ao demônio. Deixamos que ele tomasse nossa mente, nossos sentimentos, nosso corpo. Tornamo-nos tolos nas mãos do inimigo. Mas Jesus é o Senhor deste terreno que somos nós. Só a Ele podemos dar a vitória.
Diante dessa realidade, temos uma promessa de Jesus na carta de São Tiago:

“Feliz o homem que suporta a provação, porque, depois de testado, receberá a coroa da vida, prometida àqueles que O amam” (Tg 1,12).

A palavra “testado” aqui é muito importante. “Todos nós, criaturas humanas, passamos pela provação.” É o teste pelo qual todos precisamos passar. Também os anjos passarão pela prova. Uma multidão de anjos venceram: foram vitoriosos porque obedeceram. Mas houve também uma quantidade enorme de anjos que não passaram na “prova”: foram testados, mas, infelizmente, desobedeceram, se rebelaram, se revoltaram e tornaram-se os anjos do mal: os demônios. O mesmo ocorre conosco: não existe quem não passe pela provação.

Ouvi esta explicação dos lábios de Dom Terra, teólogo e doutor em Sagrada Escritura: “Todas as criaturas precisam passar pela ‘provação’. Os anjos já foram provados. Agora somos nós: é nossa vez. Todos nós, criaturas humanas, estamos passando pela ‘prova’. O resultado do final será: ‘aprovados’ ou ‘reprovados’. Assim foi com os anjos; assim será conosco”.

Confesso que essa explicação mexeu comigo. Fui tomado de um temor. Não tive dúvida: ouvi tudo dos lábios de um bispo, de um teólogo e doutor em Sagrada Escritura. É como se Deus mesmo me dissesse: Jonas, preste atenção! Isso é real, é verdade, é de fé: os anjos já fora provados. Agora é você. Ou você passa pela “prova” e é “aprovado” ou ...
Repito: isso encheu-me de um santo temor. Estou na prova. Estamos na provação.

A salvação é gratuita, mas o Senhor nos faz passar pela prova. Para conseguir em emprego, você passa por um teste; para entrar numa faculdade, você faz um vestibular. Todos nós passamos pela provação. Por isso o Senhor não retira a tentação. O demônio acaba fazendo um serviço a Deus. Ele, que já foi reprovado, é usado hoje para nos provar. Eis a razão da tentação.

Para os anjos, foi uma situação arriscada; dali dependia o destino deles. Igualmente, todos nós passamos por uma situação arriscada: o risco de se salvar ou se perder; o risco de dar a vitória a Jesus ou ao demônio. Podemos ser aprovados ou reprovados.

O demônio está aí para nos testar. Ele é como o ácido colocado sobre o metal para testar sua autenticidade! O ácido derramado no ouro não o escurece; se escurecer, não é ouro. Estamos passando pelo teste.

Quando o demônio é expulso de uma casa (a casa de nosso coração), ele não desiste; fica esperando uma brecha com sete piores do que ele. Se não der brecha, ele não tem como entrar. Mas, se entra, o estado dessa pessoa torna-se pior do que antes. Porém o Senhor nos garante que não estamos sós: Ele está conosco, orando e intercedendo por nós, para não cairmos novamente em tentação.

Trecho retirado do livro "Combatentes na provação" de monsenhor Jonas Abib

10 de Maio de 2012 - Evangelho (João 15,9-11)

 
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

SANTOS DO DIA: São Damião de Molokai, São João de Ávila e Santo Antonino de Florença

São Damião de Molokai 

Josef de Veuster-Wouters nasceu no dia 3 de janeiro de 1840, numa pequena cidade ao norte de Bruxelas, na Bélgica. Aos dezenove anos de idade, entra para a Ordem dos Padres do Sagrado Coração e toma o nome de Damião. Em seguida, é enviado para terminar seus estudos num colégio teológico em Paris.
A vida de Damião começou a mudar quando completou vinte e um anos de idade. Um bispo do Havaí, arquipélago do Pacífico, estava em Paris, onde ministrava algumas palestras e pretendia conseguir missionários para o local. Ele expunha os problemas daquela região e, especialmente, dos doentes de lepra, que eram exilados e abandonados numa ilha chamada Molokai, por determinação do governo.
Damião logo se interessou e se colocou à disposição para ir como missionário à ilha. Alguns fatos antecederam a sua ida. Uma epidemia de febre tifóide atingiu o colégio e seu irmão caiu doente. Damião ainda não era sacerdote, mas estava disposto a insistir que o aceitassem na missão rumo a Molokai. Escreveu uma carta ao superior da Ordem do Sagrado Coração, que, inspirado por Deus, permitiu a sua partida. Assim, em 1863 Damião embarcava para o Havaí, após ser ordenado sacerdote.
Chegando ao arquipélago, Damião logo se colocou a par da situação. A região recebera imigrantes chineses e com eles a lepra. Em 1865, temendo a disseminação da doença, o governo local decidiu isolar os doentes na ilha de Molokai. Nessa ilha existia uma península cujo acesso era impossível, exceto pelo mar. Assim, aquela península, chamada Kalauapa, tornou-se a prisão dos leprosos.
Para lá se dirigiu Damião, junto de três missionários que iriam revezar os cuidados com os leprosos. Os leprosos não tinham como trabalhar, roubavam-se entre si e matavam-se por um punhado de arroz. Damião sabia que ficaria ali para sempre, pois grande era o seu coração.
Naquele local abandonado, o padre começou a trabalhar. O primeiro passo foi recuperar o cemitério e enterrar os mortos. Com freqüência ia à capital, comprar faixas, remédios, lençóis e roupas para todos. Nesse meio tempo, escrevia para o jornal local, contando os terrores da ilha de Molokai. Essas notícias se espalharam e abalaram o mundo, todo tipo de ajuda humanitária começou a surgir. Um médico que contraíra a lepra ao cuidar dos doentes ouviu falar de Damião e viajou para a ilha a fim de ajudar.
No tempo que passou na ilha, Damião construiu uma igrejinha de alvenaria, onde passou a celebrar as missas. Também construiu um pequeno hospital, onde, ele e o médico, cuidavam dos doentes mais graves. Dois aquedutos completavam a estrutura sanitária tão necessária à vida daquele povoado. Porém a obra de Damião abrangeu algo mais do que a melhoria física do local, ele trouxe nova esperança e alívio para os doentes. Já era chamado apóstolo dos leprosos.
Numa noite de 1885, Damião colocou o pé esquerdo numa bacia com água muito quente. Percebeu que tinha contraído a lepra, pois não sentiu dor alguma. Havia passado cerca de dez anos desde que ele chegou à ilha e, milagrosamente, não havia contraído a doença até então. Com o passar do tempo, a doença o tomou por inteiro.
O doutor já havia morrido, assim como muitos dos amigos, quando, em 15 de abril de 1889, padre Damião de Veuster morreu. Em 1936, seu corpo foi transladado para a Bélgica, onde recebeu os solenes funerais de Estado. Em 1995, padre Damião de Molokai foi beatificado pelo papa João Paulo II e sua festa, designada para o dia 10 de maio.
São João de Ávila

Santo espanhol nascido em Almodóvar del Campo, próximo a Toledo, de espírito reformista e um do maior pregadores do seu tempo, conselheiro de bispos e nobres, diretor de almas, coluna da Igreja e um dos paladinos da Contra-Reforma católica no século XVI, considerado o pai espiritual de um grande número de santos na Espanha de sua época.
Descendentes de uma família de judeus convertidos e de boas posses, era filho único de Alonso de Ávila e Catarina Xixón, aos 14 anos entrou para a famosa Universidade de Salamanca para estudar Direito. Porém seu apego a fé em Jesus Cristo pesou mais fortemente e abandonou os estudos para voltar para casa.
Depois de três anos de profunda dedicação à religiosidade, dirigiu-se a famosa Universidade de Alcalá, com o objetivo de seguir o sacerdócio e estudou filosofia e teologia. Foi discípulo do renomado Domingos de Soto e recebeu sua ordenação.
Com a morte dos pais vendeu sua grande fortuna em heranças, distribuiu com os necessitados e passou a viver de esmolas. Dirigiu-se a Sevilha com o intuito de embarcar para as Índias, mas foi persuadido a permanecer na Espanha, onde deu início a sua brilhante carreira apostólica, que o tornaria conhecido como o grande Apóstolo da Andaluzia.
Autor e diretor espiritual cuja liderança religiosa a Espanha durante o século XVI, morreu em Montilla, de problemas renais. Foi beatificado (1894) e canonizado (1970) e seu dia de devoção é 10 de maio.
Santo Antonino de Florença

Antonino Pierozzi nasceu em Florença, na Itália, em 1389. Seu pai era tabelião e sua mãe dona de casa, ambos muito religiosos. Sendo filho único e obedecendo ao desejo dos pais, fez o curso de direito e se tornou um perito na matéria. Mas, seu sonho era entregar-se à vida religiosa e, para tanto, Antonino procurou ingressar na Ordem Dominicana.
Foi recusado, pois o superior não confiou em seu corpo pequeno e magro, aparentemente fraco. Disse a Antonino que só seria aceito se ele decorasse completamente todo o Código de Direito Canônico, coisa julgada impossível e que ninguém fizera até então. Mas Antonino não se deu por vencido e, poucos meses depois, procurou novamente o superior e provou que cumprira a tarefa.
Foi admitido de imediato e se fez um modelo de religioso, apesar de poucos acreditarem que ele pudesse resistir à disciplina e aos rígidos deveres físicos que a Ordem exigia. Ordenado sacerdote, ocupou cargos muito importantes. Foi superior em várias casas, provincial e vigário-geral da Ordem. Deixou escritos teológicos de grande valor. Entretanto, mais do que seus discursos, seu exemplo diário é que angariava o respeito de todos, que acabavam por naturalmente imitá-lo numa dedicada obediência às regras da Ordem.
Quando ficou vaga a Sé Episcopal de Florença, o papa Eugênio IV decidiu nomear Antonino para o cargo. Entretanto ele fugiu para não ter de assumir o posto, mas afinal foi encontrado pelo amigo beato Frà Angélico e teve, por força, de aceitá-lo. A Igreja, até hoje, comemora o quanto a fé ganhou com isso. Antonino de Florença, em todos os registros, é descrito como pastor sábio, prudente, enérgico e, sobretudo, santo.
Combateu o neopaganismo renascentista e defendeu o papado no Concílio de Basiléia. Conseguiu tanto apoio popular que acabou com o jogo de azar na diocese. No palácio episcopal, todos os que o procuravam encontravam as portas abertas, principalmente os pobres e necessitados. Havia ordem expressa sua para que nenhum mendigo fosse afastado dali antes de ser atendido.
A fama de sua santidade era tanta que, certa vez, o papa Nicolau V declarou em público que o julgava tão digno de ser canonizado ainda em vida quanto Bernardino de Sena, que acabava de ser inscrito no livro dos santos da Igreja. Antonino resistiu até os setenta anos, quando o trabalho ininterrupto o derrotou. Morreu no dia 2 de maio de 1459.
O papa Adriano VI canonizou santo Antonino de Florença em 1523 Seu corpo incorrupto é venerado na basílica dominicana de São Marco, em Florença. A Ordem Dominicana o celebra no dia 10 de maio.
 
 
 São Damião de Molokai, São João de Ávila e Santo Antonino de Florença, rogai por nós!!!

terça-feira, 8 de maio de 2012

REFLEXÃO: Quando chega o desânimo

A vida espiritual também é permeada por securas, tempo de aridez, falta de gosto, solidão, desânimo...
'Os homens vêem as aparências, mas Deus vê o coração'

Nestes períodos, somos privados das consolações sensíveis e espirituais. Isso, mesmo que a gente não entenda, favorece nosso crescimento na vida de oração e na prática das virtudes.

Apesar de muitos esforços e de disciplina na vida espiritual, a pessoa não sente gosto pela oração; ao contrário, experimenta-se nela o cansaço, o desânimo, a ausência da presença de Deus, como se Ele tivesse se esquecido de nós e o tempo parece que não tem fim.

Poderíamos dizer que a fé e a esperança estão adormecidas. A alma parece envolta numa espécie de torpor. É um tempo penoso, não se experimenta a alegria.

Mas, também neste tempo, Deus trabalha em nós. Jesus mesmo disse que "o seu Pai continua trabalhando". Deus age sempre a nosso favor e, como já dizia o apóstolo Paulo, "todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus".

Este tempo de seca nos ajuda a desprender de tudo o que não proclama o senhorio de Jesus em nossas vidas, nos ensina e nos educa a buscar Deus por aquilo que Ele é e não por aquilo que Ele pode nos oferecer.

Elizabete da Trindade, grande mística carmelita, dizia: "É preciso deixar tudo para abraçar aquele que é Tudo".

A aridez espiritual ajuda na conquista da humildade, nos faz entender que tudo vem de Deus e em tudo dependemos d'Ele. O amor de Deus para conosco é puramente gratuidade.

Este tempo penoso nos faz compreender que Ele é o Senhor dos dons e os distribui segundo a maneira que lhe apraz. Não somos nós que devemos ditar as ordens para Deus, Ele é o Senhor, Ele é Deus, Ele é livre e nós somos os seus servos. Assim Deus nos purifica. Sofre-se muito, mas este é um sofrimento redentor.

Aprendemos a servir a Deus sem gosto para fazê-lo. Aprendemos a buscá-lo em todos os momentos. Aprendemos que nossos olhos devem estar fixos n'Ele.

Assim, Deus robustece a nossa fé, nos impele a não desistir na busca da prática do bem e ensina-nos o caminho da constância como ocorreu com Santa Teresa, que durante anos teve dúvidas da presença de Jesus na Eucaristia, mas nem por isso deixou de fazer a adoração eucarística.

É por meio desse exercício que se fortifica a virtude. Costumo dizer para os meus filhos na Canção Nova: "10% é inspiração e 90% é transpiração".

Monsenhor Jonas Abib